terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

São Clemente, Salgueiro e Mangueira são os destaques da 2ª noite de desfile

Foto: Divulgação

Uma noite histórica de segunda-feira de desfiles do Grupo Especial no Carnaval 2012. No geral, o nível foi bom e melhor que o domingo de carnaval. Os destaques foram a São Clemente, que apresentou o maior desfile de sua história, que exibiu o talento do carnavalesco Fábio Ricardo. A escola da Zona Sul não tremeu e fez uma bela apresentação. O Salgueiro, pela categoria do trabalho do carnavalesco Renato Lage, e a ousadia da Mangueira, que reinventou seu carnaval, ao parar a bateria por tanto tempo, segurar o canto dos componentes em forma de pagode com um carro de som no meio do desfile e o casal de mestre-sala e porta-bandeira aparecer no meio dos ritmistas. Quem também desfilou muito bem foi a União da Ilha, que apresentou um conjunto de alegorias fantástico. A Grande Rio não conseguiu se superar e ficou devendo, já que ela era cotada para disputar título.

São Clemente
Junte um alto investimento ao talento inegável de um jovem artista. O resultado será o mesmo visto durante a passagem da São Clemente na Marquês de Sapucaí na noite desta segunda-feira. Falando sobre a história dos musicais brasileiros, a Preto e Amarelo fez o que ser considerado o melhor de desfile de sua história, justo no carnaval que completa 50 anos de existência. A escola de Botafogo mostrou uma conjunto primoroso de fantasias e alegorias, com destaque para o bom acabamento e o bom uso dos materiais. O bubuú no bobobó do samba aos poucos caiu nas graças da galera e foi bem cantado pela escola do princípio ao fim do desfile. O desenvolvimento do enredo também foi um ponto bastante positivo do desfile da São Clemente. Fábio Ricardo, tal qual os grandes gênios do carnaval, criou a sua própria história e o tema clementiano foi entendido de maneira fácil e leve.

União da Ilha
A mistura entre chá e cachaça provou ter um sabor delicioso para a União da Ilha. Misturando Londres e Rio de Janeiro, com muita criatividade, a escola da Ilha do Governador fez uma apresentação que merece elogios neste domingo de carnaval. A irreverente comissão de frente e a riqueza das alegorias chamaram a atenção. O enredo foi muito bem desenvolvido e o desfile não apresentou nenhum grande erro.

Acadêmicos do Salgueiro
Falando da Literatura de Cordel e contando com uma bateria sensacional, alegorias e fantasias de extremo bom gosto e o canto forte de sua comunidade, o Acadêmicos do Salgueiro entrou de cabeça na briga pelo título do Carnaval 2012. O desfile não foi perfeito, houve erros, mas de uma maneira geral o rendimento da escola esteve bem próximo da Vila Isabel, destaque do domingo. O maior tropeço salgueirense envolveu o abre-alas, que passou por toda a Avenida com alguns queijos de destaque vazios. A evolução no primeiro módulo, no início do desfile não foi a ideal. Destaque também para o desempenho do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira e a comissão de frente.

Mangueira
Esqueça tudo o que aconteceu até agora no Carnaval 2012 no Rio de Janeiro. Nada será mais comentado do que o desfile da Mangueira. Talvez não só até a apuração da quarta-feira de cinzas, mas pelos próximos anos. O que a Verde e Rosa fez na Sapucaí, neste domingo, foi inovador, histórico, empolgante, emocionante... Faltam adjetivos para classificar a apresentação da bateria "Surdo Um", que conforme diz a letra do samba-enredo, fez uma verdadeira festa no Sambódromo. Com uma paradona de uma passagem inteira do samba a cada módulo de jurados, ela abriu caminho para o casal de mestre-sala e porta-bandeira, que vinham escondidos, e para uma surpreendente roda de samba comandada por ícones do Cacique de Ramos e pelos cantores Xande de Pilares, Dudu Nobre e Alcione. Um verdadeiro espetáculo.

Unidos da Tijuca
Não foi a catarse coletiva vista no desfiles de 2010 e 2011, mas o desfile da Unidos da Tijuca mostrou mais uma vez o porquê de sempre estar na disputa por títulos nos últimos três carnavais. A integração entre os diversos segmentos da escola dentro da mesma concepção artística é impressionante e o conjunto tijucano foi o mais forte de seu desfile, praticamente perfeito tecnicamente. O esperado trabalho de Paulo Barros sobre o Rei do Baião que, em suas mãos virou o Rei do Sertão, Luiz Gonzaga, mostrou um lado do carnavalesco mais preocupado com a riqueza de detalhes nas fantasias e alegorias e usando menos os conhecidos efeitos nas alegorias. A comissão de frente provocou mais uma vez o delírio do público com a manutenção da mesma criatividade que consagrou o grupo nos últimos dois anos.

Acadêmicos do Grande Rio
O último desfile do Carnaval carioca em 2012 foi da Grande-Rio. Uma das protagonistas do ano passado, mas pelo fato de ter perdido boa parte do seu trabalho por conta de um incêndio que destruiu seu barracão na Cidade do Samba, a escola entrou na Marquês de Sapucaí disposta a superar o trauma e fazer um desfile para lutar pelo título. Os tricolores investiram em carros grandes, fantasias luxuosas e histórias de vida de atletas e celebridades que deram a volta por cima depois de passarem por momentos de dificuldade em suas carreiras.

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