sexta-feira, 29 de junho de 2012

Grupo Especial - Unidos da Tijuca define enredo 2013


foto:divulgação
A escola de samba Unidos da Tijuca, atual campeã do Carnaval carioca, levará para a Marquês de Sapucaí, em 2013, o enredo "Desceu num raio, é trovoada. O deus Thor pede passagem para mostrar nessa viagem a Alemanha encantada".
Após a aprovação do presidente Fernando Horta, a azul e amarela definiu o tema e celebrará o ano da Alemanha no Brasil. O desenvolvimento do enredo, feito por Paulo Barros, terá as fortes raízes da comunidade alemã no Brasil como pano de fundo, além de promover e renovar o diálogo entre as duas culturas.

Grupo de Acesso - Renascer de Jacarepaguá divulga logomarca e enredo 2013. Confira:

Foto: Divulgação

A Renascer de Jacarepaguá vai levar para a Sapucaí em 2013 um enredo sobre o tráfico de pássaros e animais silvestres no Rio e no Brasil, servindo de alerta contra a prática. A escola divulgou o título do enredo e a logomarca.


Sob o título "Rio, uma viagem alucinante", o carnavalesco Paulo Barros, contratado pela escola como consultor do Carnaval, vai alertar o público sobre a prática ilegal no país.
"O enredo será desenvolvido pela comissão de Carnaval da escola e eu farei a consultoria do projeto artístico. Vamos utilizar uma estética de desenho animado", explicou o carnavalesco, que continua na Unidos da Tijuca.
A comissão de Carnaval da escola de Jacarepaguá é formada por Tatiana Mello, vice-presidente da agremiação e coordenadora do grupo, Alexandre Brittes e Roberto Assis.

domingo, 24 de junho de 2012

Veja como será a Série Ouro no carnaval 2013. Confira:

Fonte: Carnavalesco


O anúncio oficial da Série Ouro 2013 deve acontecer nos próximos dias e pode ser feito pessoalmente pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. Todas alterações e novidades já foram costuradas nos bastidores do carnaval. Com total exclusividade, nós contamos algumas mudanças.

A primeira é sobre os dias de desfiles. Eles vão acontecer na sexta e sábado de carnaval e a TV Globo pode transmitir. A Série Ouro vai contar com 19 escolas de samba, que estavam nos Grupos A e B. O sorteio da ordem de desfile deve acontecer na Cidade do Samba, data ainda indefinida, mas não será junto com o Grupo Especial. Ainda não foi decidido em qual dia (sexta ou sábado) vão desfilar dez agremiações e no outro vão se apresentar nove escolas. Porém, os pares para o sorteio da ordem de apresentação já estão; feitos.

Para evitar que o problema financeiro crie uma diferença nos desfiles, as 19 escolas vão receber R$ 400 mil de subvenção. Ninguém terá uma verba da prefeitura maior que a outra. Assim, as agremiações podem competir em igualdade. Ficou acertado também que o limite é de quatro alegorias por escola, sendo que um carro alegórico pode estar acoplado e vão ser permitidos, no máximo, três tripés. A questão do rebaixamento ainda está fechada, mas até o momento, o acertado é que quatro agremiações vão descer para o Grupo C, que desfila na Intendente Magalhães. O tempo de desfile pode cair de 60 minutos para 55 minutos.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Grupo Especial - A Estação Primeira de Mangueira divulgou a logomarca oficial do Carnaval 2013. Confira:


A Estação Primeira de Mangueira divulgou nesta quinta-feira, 21 de junho, a logomarca oficial do enredo "Cuiabá: Um paraíso no Centro da América", que levará para a Marquês de Sapucaí no Carnaval de 2013.
Confira:
foto:divulgação

Grupo Especial - Imperatriz Leopoldinense divulga logomarca oficial.


A escola de samba Imperatriz Leopoldinense, que apresentará na Sapucaí, em 2013, o enredo "Pará - O Muiraquitã do Brasil - Sob a nudez forte da verdade, o manto diáfano da fantasia". A agremiação divulgou sua logomarca oficial.
Confira!


foto:divulgação

sábado, 16 de junho de 2012

Grupo de Acesso B - União de Jacarepaguá divulga logomarca 2013


A escola de samba União de Jacarepaguá defniu o enredo que apresentará no Carnaval de 2013. A verde e branca contará com o carnavalesco, Jorge Caribé, para desenvolver o tema sobre Vassouras, local de grande importância na história do Brasil.
A agremiação já divulgou a logomarca e promoverá o lançamento oficial, neste domingo, durante uma feijoada em sua quadra. A entrada será franca, o prato de feijoada custará R$ 10 e a festa começará às 14h.
O endereço da quadra é estrada Intendente Magalhães, número 445, Campinho.
Confira a logomarca:
foto:divulgação

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Grupo de Acesso B - Sereno de Campo Grande apresenta novo carnavalesco e a sinopse do enredo 2013. Confira:


Fonte: Sereno de Campo Grande

O G.R.E.S. Sereno de Campo Grande segue buscando reforços para conquistar o tão sonhado título de campeão do grupo de acesso "B" em 2013. Para isso contratou o carnavalesco Amarildo de Mello, que já teve passagem pela escola em 2009. Na ocasião, o enredo desenvolvido por ele homenageou Carmem Miranda, tendo realizado um desfile marcante com fantasias muito bem confeccionadas, além de alegorias de fácil leitura, elevando a azul e branco a 5ª colocação, a melhor desde a estréia da azul e branco na Marquês de Sapucaí em 2007.

Na última quinta-feira (7), foi oferecido um suculento churrasco aos compositores na quadra de ensaios, onde o presidente Nelson Rodrigues Chaves fez a apresentação do carnavalesco. Na ocasião foi realizada explanação e a entrega da sinopse do enredo "Na busca da paz, equilíbrio e harmonia. Bem aventurados sejam os que ouvem a voz de Deus". Vale lembrar que Amarildo fará jornada dupla em 2013, sendo responsável mais uma vez pelo carnaval da Unidos do Peruche em São Paulo.


ENREDO 2013

 "Na busca da paz, equilíbrio e harmonia. Bem aventurados sejam os que ouvem a voz de Deus" 


(SINOPSE)


1º SETOR - O MILAGRE DA CRIAÇÃO – DEUS E AS RAZÕES DA CIÊNCIA

"No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele" (João 1:1-3).

Segundo as escrituras bíblicas tudo foi criado pela expressão de Deus, pela Palavra de Deus, pelo Verbo de Deus, Céus, terra, água, árvores, animais, homem, etc. "Tudo foi criado por Ele e para Ele". Deus criou o mundo fiel a sua imagem e perfeição. Tudo em seu equilíbrio, tudo harmonizado.

As Escrituras sagradas dizem ainda: Foi das trevas que nasceu a Luz! Das águas surgiu o firmamento. 

Num casamento perfeito, palavras e emanações de Deus se unem as razões da ciência, e das águas profundas dos mares se faz o berço nascedouro de todas as espécies. Tudo teve inicio no fundo dos oceanos. No entanto, milhares de anos depois mistérios da vida não revelados ainda lá permanecem intactas e intrigam e desafiam a inteligência do homem.    


2º SETOR - O HOMEM PROPAGOU DESTRUIÇÃO - O MUNDO INCONSCIENTE

O tempo foi passando e em nome da ambição as palavras evolução e desenvolvimento tornou o foco da humanidade.

Na busca de querer sempre mais; a ganância e a usura do homem diante desse cenário celestial apresentaram-se sem dó nem piedade

O Éden Terrestre tornou-se um inferno onde a dor a lamuria e as chagas proporcionada pela maldade e cobiça do homem levaram a terra exausta e devastada ao desequilíbrio ecológico.

Institui-se o progresso. E a humanidade esqueceu-se de cuidar, preservar e manter os elementos básicos que lhe permitem o “viver”.

Resultado: A água que lhe mata a sede, ele poluiu, o ar que respira, ele enfumaçou e sujou. Espaços pertencentes aos animais ele invadiu. O alimento que vem da terra tornou-se quase um veneno pelo excesso de agrotóxicos. Com o desenvolvimento agrícola, passou a produzir alimento que daria para saciar a fome de todos seus viventes, no entanto a má divisão e o desperdício nos apresentaram cenas de arrepiar, e bolsões de fome e de miséria pelo mundo tornaram-se uma constante.

Ocasionadas pela falta de saneamento, higiene e pelo desequilíbrio biológico do planeta novas doenças transmissíveis e pestes surgem a cada dia dizimando multidões a fio. Doenças contagiosas e transmissíveis, outrora controladas reaparecem como bocas de lobos famintos a se alimentar da carne humana.

Falta amor nos corações, respeito ao próximo. A intolerância preenche o vazio provocado pela solidão e o egoísmo, fabricando seres humanos neuróticos e psicóticos. Conflitos, guerras religiosas, desavenças sociais e raciais e desrespeitos ante as minorias, foram e são fatos que cada vez mais levaram e leva o mundo a decadência.


3º SETOR - É PRECISO OUVIR A VOZ DE DEUS E RECRIAR A CRIAÇÃO

Diante do cenário devastador e do caos criado pela humanidade, o homem começou a entender:

É preciso ouvir a voz de Deus, que se expressa como eco de desespero através dos sinais emitidos pelas catástrofes, desavenças, doenças e perigos provocados pelo desleixo e devastação da natureza.

E preciso recriar a natureza e as relações, superando e reinventando um novo mundo com iniciativas de urgência. Trazendo de volta a Paz, o Equilíbrio e a Harmonia entre o homem e o planeta.
Ouvindo a voz de Deus: Movimentos, ações e iniciativas por parte de países, e nações do mundo inteiro, assim como entidades, tais como ONGs, Comunidades, Associações, etc. já começaram a arquitetar a recriação. Mas ainda é muito pouco...

Na verdade precisamos nos unir cada vez mais e programar ações e iniciativas que faça o planeta voltar a respirar e poder alimentar seus filhos com dignidade. A luta deve ser constante. Hoje todos nós somos filho do medo... Por esse ou aquele motivo... No entanto o alento e o conforto advêm das possibilidades e iniciativas da construção de um novo mundo respeitando o seu habitat e ao próximo. 

Reciclar é preciso: Vamos fazer lata virar prata. O lixo virar ouro. Vamos fazer com que os avanços tecnológicos e as descobertas científicas cada vez possam beneficiar o mundo e seus viventes, agindo em prol da purificação do ar e da água, desintoxicando os alimentos, trazendo o verde de volta e a preservação de nossa fauna. Fazendo, da evolução da ciência um elixir para encher de saúde a humanidade.

Num grito de alerta em nome das classes oprimidas vamos denunciar os mais diversos preconceitos, defendendo as minorias, seja ela de caráter, racial, sexual ou social. Vamos ver de novo a vida florescer. Com mais amor no coração vamos lutar contras as guerras e a violência.

Com o advento do combustível a partir da cana de açúcar o Brasil já entendeu a sua missão há muito tempo. E tornou-se pioneiro na produção de energias renováveis e sustentáveis, que maltrate menos a nossa natureza.

Com urgência, não podemos esquecer-nos de cuidar da Amazônia, sua fauna, flora e seu povo de origem indígena.

Num laboratório de cura imaginário, vamos imergir esse mundo doente, diagnosticá-lo e sanar os seus males.


4º SETOR - NA BUSCA DO MUNDO IDEAL BEM AVENTURADO O HOMEM QUE OUVE A VOZ DE DEUS

“Ele enxugará dos olhos deles todas as lágrimas. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor. As coisas velhas já passaram.” (Apocalipse 21:4)

Sejamos todos bem aventurados...

Nesse dia de Folia a Escola de Samba Sereno de Campo Grande, clama por Paz, Igualdade, Equilíbrio e Harmonia.

Aqui é o planeta carnaval! Ouvir a voz de Deus é um o bom sinal. E a alegria é geral.

Como soldados da esperança unidos de todas as nações vamos juntos lutar para um mundo justo. E toda humanidade vai se beneficiar.

Doses fartas de fraternidade vão imperar. Vamos sair da falência social, moral e espiritual. Vamos brindar. Aqui todos são iguais.

Anjos vestidos de azul e branco anunciam um novo mundo. A biodiversidade deus vai abençoar. Dos jardins da esperança a vida vai brotar. O verde da natureza, as flores, os mares e os rios o mundo vão voltar a ornamentar.

Um homem consciente e sem egoísmo vai se apresentar. Dividir para somar, repartir para a fome acabar. Como uma fênix renasceremos das cinzas.

Hoje é festa. Vamos oferecer um banquete a todos. Das baixelas de prata o amor vai transbordar. E toda humanidade vai se alimentar. Um novo mundo é possível. E Felizes vamos sambar, brincar e festejar. “Na busca da paz equilíbrio e harmonia. bem aventurados sejam os que ouvem a voz de deus”

O sonho pode virar realidade. É o só acreditar!

                                                             
AMARILDO DE MELLO
Carnavalesco



domingo, 10 de junho de 2012

Grupo de Acesso A - Acadêmicos do Cubango entrega sinopse e apresenta logomarca para Carnaval 2013. Confira:


Sinopse

Teimosias da imaginação

A distancia medida pela pobreza

não pode impedir o reconhecimento;
e nem a arte, nem a capacidade de imaginar,
cabem nos rótulos baseados em origem social!


I
Todo artista tem que ir aonde o povo está!

Portanto, avante Cubango, nosso rumo é a Sapucaí e o Universo Criativo,
acompanhados do insubordinado Samba,
que carrega nas entranhas o desejo de sonhar:
quem já admira, aplauda,
E quem não alcança tanta originalidade, acorde e reconheça!


Empunhem retalhos de tecidos, latinhas de alumínio,

plástico, CDs, papelões, franjas, fitas, fuxicos e crochês,
troncos e galhos secos, pó de serra, coco, babaçu, látex.
Da moringa de barro, façam corpo de boneca,
E ao manto de Nossa Senhora,
Misturem panos de Yansã e Nanã.


II
Seria mais belo ver no Museu que ver empinado no céu do Cruzeiro do Sul?

Porque um mundo feito a maquina,
não compreende a beleza dos bordos irregulares do barro...


Escapemos do formalismo convencional esterelizante,

Fujamos das normas que desvirtuam a vocação.
Vamos superar a fronteira mentirosa que separa a arte em diversas categorias
(para supervalorizar aquela que interessa ao poder da hora, definidor).
Deixem os vidrados escorrerem desigualmente,
Apreciem a boniteza torta das canecas,
E a falta de equilíbrio total das jarrinhas.


A efemera arte carnavalesca,

retratando nossas obras-primas que não tem Agente nem falam inglês.
Tratamos daqueles que teimam em libertar o impulso imaginativo,
ainda que não tenham estudado nas Belas Artes universitárias,
e não se submetem aos cânones do “bom gosto” dos caras-pálidas.


Eles estão longe das galerias da moda.

Eles transcendem e flagram a força estética do nosso povo,

numa atividade solitária e única, sem pretensa erudição.


III
Viajemos aos rincões distantes do Brasil,

Onde o talento emana do brasileiro povo persistente, escancarando imaginários.
Habitam reinos de riquezas, não verbalizados nem justificados,
porque cada obra identifica um momento único,
em assinaturas que ecoam no infinito do tempo:
inspiração.


Memória misturada, liberdade espantosa,

irradiando uma sensibilidade incomum,
no desenho simples (e muito elaborado),
de um amorfo que vai ganhando significados Brasis.


A força de jazidas submersas,

Que nos leva a refletir sobre quem somos e de onde viemos.
Sofisticadas tramas cerzidas de penas, seda, argila, ferro e madeira: tradições!
Processos de construção simbólica da mais genuína arte brasileira.
Cordões em pêndulos para se entregar a Deus,
Que sopra a glória da vida nos mais diferentes suportes:
Impressionantes bonecos, pipas, quadros, brinquedos, grafites e plataformas virtuais.
Fazem, conhecem, expressam forças mentais.
Talento dos dedos de Artistas, que faz chorar de emoção;
um segredo, em mistério insondável da Criação.


IV
Eles estão pelos portos, nas feiras, em praças publicas.

Deles se diz: “sujeito que faz uns troços de barro ou de madeira",
ou "um tipo meio maluco que vive meio entocado lá pras bandas do rio”.
Vidas em andanças, esperas e insistências.


E para que não fiquem famosos apenas depois de mortos,

Porque somos um povo ainda por descobrir nossa identidade cultural,


Aqui estão as mãos dos Mestres:

Dim, brinquedeiro nordestestino;

J. Borges, cordelista;
Bonequeiros Dona Isabel Cunha e Mestre Expedito;
Grafiteiros urbanos;
Ceramista Indígena Mestre Cardoso;
Reciclagem em Instalações de Cícero Alvesa;
Luzia dos Santos e seus Pavões de Cerâmica;
Os palhaços de resina de Mirtes Rufino;
Joca Galo com seus Galos metálicos;
Estandartes de Marcelo Brant;
Os Papangus de Sivonaldo Araújo;
A arte ingênua de Emerlinda;
Joana Lira e suas Instalações;
Rendas de Sami Hilal;
Xilogravuras de Derlon Almeida;
Esculturas de Miguel dos Santos;
Cerâmicas de Manoel Galdino;
Mestre Gerard, o Santeiro de Barro;
Bispo do Rosário, e suas Roupas para encontrar Deus;
As Pandorgas (pipas) de Valdir Agostinho;
Os Brinquedos de Getúlio Damado;
Gentileza e seus Murais...


E como carnaval também tem Mão de Mestre

O Vime do Victor e o Metal precioso de Shangai!


V
Resumo da Ópera:

dentre a gente simples e sábia, celebremos nossos Artistas.
Encham então os pulmões e cantem, com galhardia:
Arte, Artista, Povo Brasil.


Em vez de pegar o martelo e mandar a estátua falar,

Peguem as baquetas e ordenem às criações geniais,
Obras de arte que tanto orgulham a Cubango e os Brasileiros:
Sambem!


Milton Cunha,

a partir da concepção do Carnavalesco Severo Luzardo Filho.
Pesquisa Julio Cesar Farias.

Grupo de Acesso A - Caprichosos de Pilares apresenta sinopse para o Carnaval 2013. Confira:


Leia abaixo na íntegra a sinopse do enredo "Fanatismo...Enigma da Mente Humana', da Caprichosos de Pilares para o Carnaval 2013. 
Sinopse
SINOPSE DO ENREDO CARNAVAL 2013 
Fanatismo... Enigma da Mente Humana 
Carnavalesco: Amauri Santos
Pesquisa, desenvolvimento e texto: Marcos Roza

Feito que ninguém antes achava ser possível: um "neurochip" agora é capaz de monitorar conversas entre células do cérebro... Curiosos! Personificamos o diálogo de uma rede de neurônios, numa linguagem carnavalesca, revelando os mistérios da mente humana.
Entremos:
Tudo arquitetado minuciosamente.
Um suposto silêncio é interrompido! Numa forma poética, os hemisférios nos põem à prova, entre descargas elétricas e químicas tudo se renova.
Um tom? Uma voz?
Vozes! Ora fácil, ora sério, cada vez mais perto de descobrir o grande mistério...Esplêndido. 
Lá estão eles. 
Entre assuntos diversos, numa complexa rede de diferentes sistemas, na única sede de controle, o enigmático encéfalo, discutem sobre as inúmeras diferenças existentes entre cada pessoa.

O que é o poder da mente humana?
Questionam, em tom de protesto.
Do hemisfério direito, responsável pelo pensamento simbólico e criativo, pronuncia-se, talvez o mais antigo dos neurônios:

O homem se equilibra no fio do seu pensamento, sem que tenha asas, voa, e, sem limite, se aventura, segue à toa e, se possível, até sua identidade leiloa. Devemos orquestrá-lo como um ser que sente, pensa e age, quer pela razão, quer pela emoção ou fé.
Começávamos a entender o comportamento humano como retrato das suas interrogações sobre a vida, o cosmos e a sua percepção do real e irreal. "Equilibrista, o homem se apodera dos seus sonhos, elabora, passa o mundo em revista", seu conteúdo ri, chora, conquista...

Um momento precioso.

Falam da origem do Homem!
Surgiu da ação divina!
Não! É fruto da evolução biológica do Homo Sapiens...

Categórico e controlando os ânimos, outro velho neurônio - manifestando-se do hemisfério esquerdo, responsável pelo pensamento lógico, intervém:
Seja como for, o fato é que homem surgiu e, com ele, mesmo que numa categoria primitiva, vieram os símbolos, gestos, desejos e formaram-se cenários onde atuam e registram sua presença no tempo, através de comportamentos comuns ou não em várias civilizações e culturas.
Conduzimos tudo o que passa com esses seres: biologicamente são iguais, quimicamente as reações orgânicas são as mesmas e de forma estrutural são idênticos. Mais o que demarca as diversas motivações psíquico-emocionais dos seres humanos, como forma de adoração ou de crenças absolutas, que os levam a desenvolver algum tipo de fanatismo?
O velho neurônio se senta e segue sua explanação na tentativa de desvendar este grande enigma: 
O homem cria mitos, superstições ou ritos mágicos em torno de uma existência sobrenatural, inatingível pela razão, equivalente à crença num ser superior e ao desejo de comunhão com ele. 
Sua primeira aspiração fanática é o culto ao Sol. Nele, revela sua alegria de viver: caça, organiza-se, protege-se do frio e personifica o Sol, atribuindo-lhe a sua própria imagem na tentativa de aproximá-lo do seu cotidiano. 
Segue-o... E na lúdica permutação dos nomes próprios em deuses, o denomina "rei dos céus" (herói solar): Adônis, Freyr: soberano do reino da luz, Hórus:deus do horizonte, da terra onde nasce o Sol, Mitra: divindade indiana, Sol Vencedor, Huetsilopochtli: deus asteca, associado à alma dos guerreiros que acompanham o Sol em suas rondas diárias no céu, entre outros.
O medo do desconhecido e a necessidade de sobrevivência estreita seus laços afetivos. Recria seus mitos. Usando-se dos saberes inexplicáveis: vida e morte, riqueza e sofrimento, luz e trevas, seus rituais assumem um papel cultural, além de aspectos mágicos e religiosos.
Estabelecem cerimônias, cultos, sacrifícios e da forma mais diversa promovem todo tipo de oferendas e libações, seguido de cantos, danças, banhos de ervas, instrumentos, adereços e fundamentos, como conceito original de suas crenças.
Assim, a significação ritualística do homem primitivo avança entre a descoberta do fogo no período paleolítico, os ritos de procriação e fertilidade humana das diversas tribos africanas, os de contemplação da morte, como dos índios bororos - primeiros habitantes das terras mato-grossenses - até as crendices e supertições que deram origem às simpatias de um povo divertido denominado "brasileiro".
Flashes de luz! Um neurônio é atingindo por estímulo externo, chamado "amor" e, como uma faísca correndo numa trilha de pólvora, a mudança de voltagem viaja pelo seu axônio. Neurotransmissores entram em ação! Ativam o sistema de recompensa do cérebro, causando, entre outros efeitos, a sensação de bem-estar, de prazer e de paixão. Tudo acontece ao mesmo tempo... E o velho neurônio discursa sobre a relação de entrega absoluta dos seres humanos ao amor.
Ao longo dos séculos, muitas relações provam a fanática tendência do homem pelo seu objeto de desejo, de viver um grande amor a qualquer custo. Misturando fantasia e realidade o amor acontece... Exaltam das histórias românticas Cleópatra e Marco Antônio, amantes que, sob laços obsessivos, eternizam suas paixões através do suicídio, em nome do amor. A saga amorosa da rainha de Sabá, que atravessa o deserto em busca de novos conhecimentos e se apaixonapelos sábios encantos do rei Salomão e tantas outras paixões...
Histórias de amor são mesmo imprevisíveis e superam todas as barreiras. Haja vista as "estórias" de Cornélio. Aquele sujeito que diz: o amor é tão puro que a traição é algo que não alcanço... É! O amor é cego, enquanto o outro "afoga o ganso", entre quatro paredes frequentemente e sem descanso, lá vai ele exibindo seu chifre de "corno manso".
Tórridos romances transcendem de comportamentos incomuns - telefonemas compulsivos, serenatas, gritar dos telhados, ciúmes, perseguições e ganham uma vasta produção romanesca. No espaço literário, tudo é possível. O amor é trágico, intenso, apaixonado, eterno e fanático.
É na literatura que Medéia envenena seus próprios filhos, para vingar-se de Jasão por não corresponder o seu "fanático amor" por ele. Tristão e Isolda bebem um tipo de licor, um elixir, que os torna inadvertidamente ligados por um amor indissolúvel. Conhecemos a tragédia amorosa do Conde, que volta da guerra e descobre que sua amada, julgando-o morto, havia se suicidado. Revoltando-se contra Deus, torna-se um ser amaldiçoado: o Conde Drácula. E a bela história de amor de Romeu e Julieta, proibidos de vivenciar sua experiência amorosa mediante a rivalidade de suas famílias, vão até as últimas consequências para manter acesa a chama de suas paixões.
Sofrimentos, desencantos, solidões, tudo aliado a uma imensa ternura e a um desejo de felicidade provocam uma convulsão interior transbordante de poesia à natureza do homem... Como se o poema de Florbela Espanca fosse sussurrado em nossos ouvidos:
"Minh’ alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão do meu viver, 
Pois que tu és já toda minha vida!
Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida"!
Na linha do tempo, a dialética deste sentimento impressiona: da vida real para os romances, dos romances para a vida real. Dão alento aos comuns corações, que batem por um toque especial, por uma troca de olhares, por um beijo terno quepare o tempo!
O ser humano sempre seguirá desejando um amor duradouro, eterno, até que a vida os separe. Um amor com "definição de quero, sem lero-lero da falsa sedução". Salve Jonh Lenon e Yoko Ono, Salvador Dali e Gala, Jorge Amado e Gattai e tantos outros, que disseram não à "constituição dos séculos que diz que o "garantido" amor é a sua negação".
Por um instante, temos a impressão de que tudo para de funcionar! Mas estávamos enganados. Era um impulso nervoso, do tipo tudo ou nada: ou você acredita ou não acredita, não havia meio termo. Algo que poderíamos chamar de "ideia fixa".Como é feito em discursos monológicos, o nosso velho - e conhecido - neurônio prega sua palavra aos "fiéis", atentos e curiosos, "neurônios companheiros".
Um "sentimento oceânico" invade a alma das pessoas, tornando-se uso e transformando-se em marca de uma febre fanática em diversos campos da vida social. Tal febre, cuja paixão e adesão, historicamente associadas a motivações de natureza religiosa, nacionalista, política, cultural ou esportiva, cria uma sensação de liberdade nos seres humanos quando aceitos por um determinado grupo ou para experimentar uma "nova vida".
Como filhos de suas verdades absolutas ou crentes do fervor excessivo, irracional e persistente por qualquer coisa ou tema, os sintomas existentes nos nobres medievais não me deixam dúvidas de que são fanáticos: acreditavam na presença de Deus no centro de tudo e pagavam dízimos altíssimos visando um lugar no céu; como não pensar o mesmo do parafrênico Hitler e sua absurda ideia de supremacia da raça ariana e a eliminação dos "impuros"? E daquela gente sofrida, que tudo que tem na vida é o sacrifício da promessa cumprida? Que crê num misticismo religioso, num deus de carne e osso: "Padim Pade Ciço". Sai gente de tudo que é canto, devoto, promesseiro, romeiro, pra pedir a benção do tal pastor de Juazeiro.
Na bonança, todos - homem, mulher, idoso e até criança - têm absoluta confiança, cantam em romaria e admiram o sermão do velho guia. Lute pela paz ele dizia, e mais adeptos adquiria... A História nunca provou se era santo ou embusteiro. Só se sabe que tinha o nome de Antônio Conselheiro. Sem falar que muitos têm a certeza, de que o "único remédio contra os males" são as inscrições do Profeta Gentileza.
Como os extremistas religiosos do Oriente Médio não há. Islâmicos, judeus e cristãos com uma adversidade étnica e cultural que vai além do que supus, que pouco se diferencia do sermão dos pastores evangélicos a caminho da luz... onde tudo é pecado ou está amarrado em nome de Jesus.
Os seguidores de Bin Laden, estes não dão pausa... Explodem-se contra o sistema na luta por uma causa.
Dada a complexidade do assunto, tem até quem duvide que Vicente Van Gogh tenha sido esse gênio glorioso, devido ao seu extremo fanatismo religioso.Tem de tudo um pouco. Até os mais irreverentes dos povos, como, por exemplo,os brasileiros no seu trato diário com Deus. É curioso, "mas tudo que se faz na terra se coloca Deus no meio, Deus já deve está de saco cheio: deus lhe pague, deus lhe guie, deus lhe abençoe, Deus é vosso pai, é vosso guia..."

Uma espécie de doutrina os conduz... A "febre fanática" não se restringe somente ao campo religioso, também ganha dimensão nos estádios de futebol, com as torcidas organizadas; em campanhas políticas; em grandes shows, com fãs histéricas mostrando cartazes e vestindo-se como os seus ídolos, entre os amantes de chocolates, colecionadores, consumistas e repousa sobre a paixão de inúmeros sambistas, apaixonados por suas escolas de samba. Sem esquecer daqueles que não se importam com enormes filas para arriscar a sorte, acreditando que ganharão milhões com apenas alguns trocados...
No ritmo e no alcance da comunicação, em séries ao longo de cadeias sinápticas, o velho neurônio faz as suas considerações finais:
A humanidade é fanática? Ou o homem é realmente fruto do meio? Não seria essa mesma humanidade que perderia parte da sua defesa psíquico-emocionalcom o avanço do "capitalismo selvagem", que o próprio homem e sua tecnologia não temeram irracionalmente em suplantá-la, que tem as respostas para um "permissivo fanatismo"?
Corpo sarado é a certeza da busca fanática pela beleza, em detrimento da sua própria origem?
Quem administra os "paraísos fiscais" com suas "cédulas abençoadas" longe dos pregões, juros e até poupanças, apoiados por exorbitantes acúmulos financeiros: corruptos ou fanáticos por dinheiro?
E o título de poder para suas periódicas descobertas, que, fanaticamente, experimentam ao invés de descobrirem definitivamente a cura do Câncer ou da AIDS?

Seja você fanático ou não, por alguma causa, coisa, natural ou artificial, objetiva ou subjetiva, não importa. Viva! E faça do seu pensamento mais uma possibilidade de transformação da vida humana.
Era uma vez... o enigmático encéfalo!

Razão, emoção e fé...tomam conta da nossa mente carnavalesca.

A Caprichosos de Pilares pede passagem para contar, em forma de samba, o enredo
"Fanatismo: enigma da mente humana", nesse encontro mágico e poético chamado
carnaval.

                                                         Marcos Roza, pesquisador de enredos.

Grupo Especial - São Clemente divulga logomarca oficial para 2013. Confira:


A escola de samba São Clemente divulgou a logomarca oficial do enredo "Horário Nobre", que o carnavalesco, Fábio Ricardo, desenvolverá para o Carnaval de 2013. 
Aproveitando a arrancada rumo ao próximo desfile, a preta e amarela da Zona Sul promoverá uma confraternização na próxima quarta-feira, 13 de junho, a partir das 20h, para promover o lançamento oficial do tema.
Na ocasião, os compositores interessados em participar da disputa de samba-enredo da agremiação, já poderão adquirir a sinopse do enredo.
O endereço da quadra da São Clemente é avenida Presidente Vargas, número 3102, ao lado da Estação Cidade Nova do metrô.
Confira:
foto:divulgação

terça-feira, 5 de junho de 2012

Grupo de Acesso A - Rildo Hora será o enredo da Estácio em 2013. Confira:

Fonte: Carnavalesco


Foi anunciado no último domingo, durante a feijoada realizada na quadra, o enredo com o qual a Estácio de Sá tentará o título do carnaval 2013, no Grupo de Acesso. A agremiação prestará homenagem a um dos maiores profissionais da música brasileira, o maestro, gaitista, produtor e arranjador musical Rildo Hora. O tema, que será desenvolvido pelo carnavalesco Jack Vasconcelos, ainda não possui título. A Estácio de Sá desfila pelo Grupo de Acesso A, no Sábado de Carnaval.



Grupo Especial - Primeira mão: A fama é o enredo do Salgueiro para o Carnaval 2013. Confira:


Fonte: Carnavalesco

A fama será o enredo do Salgueiro para o Carnaval 2013 e a entrega da sinopse será feita no dia 18 de junho, na quadra da escola.

Conforme apuramos, o foco do enredo não será falar de celebridades, mas da fama em todos os seus aspectos. O enredo foi proposto pela revista Caras, que preparou um grande apoio cultural para o Salgueiro. Ainda não foi revelado se envolve o lado financeiro e quanto seria o patrocínio. Também não foi informado qual é o título do enredo, que será novamente desenvolvido pelo casal Renato Lage e Márcia Lage.
 
Dicionário Michaelis explica o significado da palavra "FAMA". Confira: "1 Celebridade, nomeada, renome. 2 Qualidade daquilo que é notório. 3 Glória. 4 Opinião pública, reputação; voz geral: Ter boa ou má fama. 5 Notícia. 6 Deusa romana da celebridade. sm Homem famoso".


Grupo Especial - União da Ilha entrega sinopse para Carnaval 2013. Confira:


Leia abaixo a sinopse do enredo "Vinícius, no plural. Paixão, poesia e Carnaval", da União da Ilha para o Carnaval 2013.
Sinopse

Vinicius de Moraes cuja pluralidade é reconhecida em suas obras, pensamentos e paixões receberá por ocasião do seu centenário nossa homenagem. Para compreender melhor o homem e o poeta, resolvemos criar um diálogo imaginário, tomando como respostas seus poemas, contos e entrevistas.
Por Alex de Souza
A INFÂNCIA
ILHA - Poeta, fale um pouco da sua infância, suas memórias da nossa Ilha do Governador.
POETA - Era um menino valente e caprino. Um pequeno infante, sadio e grimpante.
Esse ei-ou que ficou nos meus ouvidos são os pescadores esquecidos... as barcas da Cantareira...o mar com o seu marulhar ilhéu.
Éramos gente querida na ilha, e a afeição daquela comunidade manifestava-se constantemente.
Quero rever Governador, a Ilha! Que minha amiga Rachel de Queiroz pensa que é dela, mas não se engane, é nossa. Quero repalmilhar a praia de Cocotá, onde dez anos fui feliz.
Era indizivelmente bom.
A POESIA
ILHA - Quando nasceu a poesia na sua vida?
POETA - A poesia paterna, que encontrara numa gaveta velha em casa, foi a minha grande e decisiva influência. Desejei imenso fazer versos assim, versos de amor. Eu havia sempre laborado na arte da poesia, desde os mais verdes anos. Às vezes, em meio aos brinquedos com os irmãos, na Ilha do Governador, fugia e ia me ocultar no quarto, a folha de papel diante de mim. 
Era tão estranho aquilo! Eu de nada sabia ainda, senão que tinha nove anos e Cocotá era o meu mundo, com sua praia de lodo, seu cajueiro e seus guaiamuns. Mas sabia vibrar em presença da folha branca que me pedia versos, viva como uma epiderme que pede carinho.
O menino dentro de seu quarto dentro da Ilha, dentro da baía, dentro da cidade, dentro do país, dentro do mar, dentro do mundo. 
Com as lágrimas do tempo e a cal do meu dia eu fiz o cimento da minha poesia. Linha por linha, como psicografado, o poema - o meu primeiro poema - começou a brotar de mim. Amava era amar. Amava a mulher. A mais não poder. Por isso fazia seu grão de poesia E achava bonita a palavra escrita. Por isso sofria. Da melancolia de sonhar o poeta que quem sabe um dia poderia ser. 
Eu mostrava meus sonetos aos meus amigos - eles mostravam os grandes olhos abertos. 
A poesia é tão vital para mim que ela chega a ser o retrato de minha vida. Portanto julgar minha poesia seria julgar minha vida. E eu me considero um ser tão imperfeito... Pensei que nunca poderia ser poeta.
ILHA - E os Poetas ?
POETA - Me liguei muito a Bandeira, Drummond, Pedro Nava e outros...
COLÉGIO SANTO INÁCIO
ILHA - Religião?
POETA - Família católica, colégio de padres, aquele negócio de confessar aos domingos, de comungar. Mas acho que a vocação para o pecado era maior.
ILHA - Reza?
POETA - Sempre. Um homem como eu, que está sempre apaixonado, vive em prece.
LIVROS
ILHA - Com 19 anos publica o primeiro livro, Caminho para a distância; o segundo, Forma e exegese, que até ganhou um prêmio numa disputa acirrada com Jorge Amado, tinham um cunho espiritual...
POETA - Era o "Inquilino do Sublime", como disse o Otto Lara Resende.
O BRASIL
ILHA - Poeta, escritor, jornalista, como diplomata conheceu o mundo, mas conheceu também um Brasil real. Mesmo assim, quando estava fora, lhe batia certa nostalgia?
POETA - Sim, não há dúvida: são saudades da pátria, e, sobretudo do que na pátria é pobre e diferente. São doces os caminhos que levam de volta à pátria. Não à pátria amada de verdes mares bravios, a mirar em berço esplêndido o esplendor do Cruzeiro do Sul; mas a uma outra mais íntima, pacífica e habitual.
Vontade de mudar as cores do vestido (auriverde!) tão feias. De minha pátria, de minha pátria sem sapatos e sem meias, pátria minha. Tão pobrinha! Amada, idolatrada, salve, salve! Pátria minha... A minha pátria não é florão, nem ostenta lábaro não; a minha pátria é desolação. De caminhos, a minha pátria é terra sedenta. E praia branca; a minha pátria é o grande rio secular. Que bebe nuvem, come terra e urina mar. 
Atento à fome em tuas entranhas e ao batuque em teu coração. 
Não te direi o nome, pátria minha 
Teu nome é pátria amada, é patriazinha 
Uma ilha de ternura: a Ilha 
Brasil, talvez. 
Pátria minha, saudades de quem te ama…
ILHA - Em 42, você viajou com o escritor americano Waldo Frank pelo Nordeste e Norte do Brasil. Esta viagem mudou sua visão política ao descobrir o Brasil?
POETA - Descobrir o Brasil, exatamente. Pela mão de um americano... Mas essa viagem representou para mim, em um mês, uma virada de 360 graus. Saí um homem de direita e voltei um homem de esquerda. Foi o fato de ter visto a realidade brasileira, principalmente o Nordeste e o Norte, aquela miséria espantosa, os mocambos do Recife, as casas de habitação coletiva na Bahia, o sertão pernambucano, Manaus. A barra me pesou mesmo. Eu tenho um envolvimento político bastante grande, mas nunca o expressei em minha poesia, exceto quando surgiu como uma coisa válida, como em "Operário em construção", "Os barões da terra", "Mensagem à poesia".
ILHA - Como você vê o Brasil? 
POETA - Eu digo sempre uma coisa: tenho uma grande fé no Brasil. Uma fé meio estúpida, meio instintiva, por causa do povo. Realmente, a minha fé no Brasil não vem das instituições, nada disso. Agora, eu acredito neste povo. E cada vez que eu voltava ao Brasil, de alguma viagem ao exterior, essa crença aumentava, compreende? E como essa crença é um bem gratuito, eu prefiro tê-la a não tê-la.
ORFEU
ILHA - Contam que a visita que fez com o escritor americano Waldo Frank, o mesmo que viajou com você pelo Norte e Nordeste, e à favela da praia do Pinto, que havia no Leblon, deixou-o enfeitiçado com o ritmo e a sensualidade dos negros sambistas. Frank teria dito que eles pareciam gregos antes da própria cultura grega. E naquele carnaval de 1942, a ideia enfim brotou de uma batucada no Morro do Cavalão, em Niterói, foi isso?
POETA - Pus-me a ler, por desfastio, num velho tratado francês de mitologia grega, a lenda de Orfeu - o maravilhoso músico e poeta da Trácia. Curiosamente, nesse mesmo instante, em qualquer lugar do morro, moradores negros começaram uma infernal batucada, e o ritmo áspero de seus instrumentos - a cuíca, os tamborins, o surdo - chegava-me nostalgicamente de envolta com ecos mais longínquos ainda do pranto de Orfeu chorando. O interesse que tinha pelo mito do Orfeu - o poeta- músico, que eu considerava, num plano ideal, o grande criador.
ILHA - Orfeu da Conceição (título sugerido por João Cabral de Mello Neto), Uma tragédia carioca, acabou resultando no seu encontro com Tom Jobim. Lúcio Rangel indicou e você pergunta a Paulinho Soledade, que também lhe falara a respeito.
POETA - Paulinho, estou precisando de um maestro que me ajude numas músicas que vou fazer. Você tem algum?
ILHA - Paulinho responde: Tom Jobim, mas tem um problema: ele é moderno...
ILHA - Trechos de Orfeu da Conceição.
O morro, a cavaleiro da cidade, cujas luzes brilham ao longe. São demais os perigos desta vida 
Para quem tem paixão, principalmente Toda a música é minha, eu sou Orfeu! Eurídice... Se todos fossem iguais a você Que maravilha viver! Eurídice morreu. No interior do clube Os Maiorais do Inferno, num fim de baile de 
terça-feira gorda. E viva a orgia! É o reinado da folia! É hoje o último dia! E viva! Amanhã é Cinzas! Hoje é o último dia! E viva Momo! E viva a folia! Sem Eurídice não há Orfeu, não há música, não há nada. O morro parou, tudo se esqueceu. O que resta de vida é a esperança de Orfeu ver Eurídice, de ver Eurídice nem que seja pela última vez! Desceu às trevas, e das grandes trevas ressurgiu à luz, e subiu ao morro onde está vagando como alma penada procurando Eurídice… Tudo morre que nasce e que viveu 
Só não morre no mundo a voz de Orfeu.
CINEMA
ILHA - Sua paixão por cinema vem de criança. Defensor do filme mudo, você foi de censor a crítico. Roteirista de diversos filmes. Nessa sua paixão por cinema, como foi levar Orfeu para as telas, ainda que decepcionado com o resultado?
POETA - Sou apaixonado por cinema. Só Deus sabe como gosto de uma boa fita, o prazer que me traz "ver cinema", discutir, ponderar, escrever, até fazer cinema na imaginação. Nesta adaptação construo o filme como eu o faria. Ao contrário de minha peça, em que a "descida aos infernos" de Orfeu situa-se numa gafieira, no 2º ato, estou transpondo o carnaval carioca para o final do filme, como o ambiente dentro do qual a Morte perseguirá Eurídice.
ILHA - Um dos grandes sucessos do filme foi "A Felicidade", que dizia:
Tristeza não tem fim Felicidade sim (...)A felicidade é como a gota (...)E cai como uma lágrima de amor A felicidade do pobre parece A grande ilusão do carnaval (...)Pra tudo se acabar na quarta-feira
BOSSA NOVA
ILHA - Fale-me de sua música. 
POETA - Não falo de mim como músico, mas como poeta. Não separo a poesia que está nos livros da que está nas canções. Era uma insatisfação minha verificar que a poesia de livro atingia um número tão reduzido de pessoas. Dizem, na minha família, que eu cantei antes de falar. E havia uma cançãozinha que eu repetia e que tinha um leve tema de sons. Fui criado no mundo da música, minha mãe e minha avó tocavam piano, eu me lembro de como me machucavam aquelas valsas antigas. Meu pai também tocava violão, cresci ouvindo música. Depois a poesia fez o resto. A música começou mesmo na década de 50, quando voltei de meu primeiro posto diplomático no exterior, em Los Angeles. Agora, eu sempre fazia minhas músicas, antes, mesmo sozinho, mas sem nenhum intuito de editar ou ver cantar. Aos 15 anos tive uma experiência interessante: eu me liguei a uma dupla vocal, que havia aqui, chamada Irmãos Tapajós, e comecei a compor com eles. 
ILHA - Durante os cerca de quatro anos em solo americano, você se apaixonou pelo jazz, que futuramente seria uma das raízes fundamentais para a Bossa Nova. Tom Jobim teve uma formação semelhante e João Gilberto, no interior da Bahia, também se interessava pelo mesmo estilo musical e, coincidentemente, teve as mesmas influências dos músicos cariocas. E o marco foi "Chega de saudade", com Elizeth Cardoso e depois gravado por João Gilberto. Você acha que a influência do jazz foi boa para a bossa nova? 
POETA - Acho que foi uma influência muito boa. Com a influência do jazz, abriu tudo isso, você podia introduzir qualquer instrumento num conjunto de samba, os instrumentistas improvisavam, as harmonias melhoraram muito e se enriqueceram, os instrumentistas tornaram-se excelentes e conheciam profundamente seus instrumentos, como é o caso de Baden e Tom. A influência foi benéfica porque houve uma descaracterização de nossa música. O samba estava sempre presente na bossa nova. Além disso, a bossa nova trouxe mais alegria e bom humor à nossa música, que andava muito voltada para a tristeza, a dor de corno, a fossa, naquela época do Antonio Maria. Eram músicas muito bonitas, o chamado samba de boate. Com a bossa nova a coisa ficou mais sadia, mais otimista, os sentimentos eram mais de comunicação, mais legais. Bossa nova é mais um olhar que um beijo; mais uma ternura que uma paixão; mais um recado que uma mensagem.
Vai, minha tristeza 
E diz a ela que sem ela não pode ser 
Diz-lhe numa prece 
Que ela regresse 
Porque eu não posso mais sofrer
Chega de saudade 
A realidade é que sem ela 
Não há paz, não há beleza 
É só tristeza e a melancolia 
Que não sai de mim 
Não sai de mim 
Não sai
Tanto assim que eu sou um dos pouquíssimos compositores brasileiros que atravessou essas gerações todas. Eu fiz música com o Pixinguinha, o Ary Barroso, com o pessoal da geração do Antonio Maria, o Paulinho Soledade; depois peguei o Tom, o Baden, o Carlos Lyra, o Edu, o Francis e, em 69, o Toquinho. E mesmo com caras mais jovens que o Toquinho eu já fiz música, como o Eduardo Souto Neto, o João Bosco.
AFROSSAMBAS E BAIANICES
ILHA - Em meados de 62, quando começa a compor com Baden Powell, surge uma grande virada com os ritmos baianos ...
POETA - O Baden tem uma produção muito boa, e foi ele quem me introduziu o elemento africano, o que não havia antes na bossa nova - eram todos brancos, arianos.
ILHA - Naquela altura da vida você retomou um caminho de fé?
POETA - Num plano assim de vida, não. Restou talvez uma certa religiosidade, própria de meu temperamento. Por exemplo, eu me interesso por candomblé, certas superstições. Isso é sinal de que tem algum fogo na cinza.
ILHA - Época dos afrossambas e você acabou virando... O branco mais preto do Brasil. Na linha direta de Xangô.
POETA - Quando digo que eu sou o branco mais preto do Brasil, digo a verdade. A minha comunicação com a raça negra é imensa. Sinto atração por ela, a todo momento descubro a sua vitalidade. A contribuição do negro à cultura brasileira é importantíssima. Só a contribuição rítmica que eles trouxeram; a magia do mundo negro, já me liga a eles definitivamente.
ILHA - Maysa e Elis Regina fizeram sucesso com "Canto de Ossanha", num LP que exaltava com outros "Cantos", outros orixás.
POETA - Amigo sinhô sarava, Xangô me mandou lhe dizer: - Se é canto de Ossanha, não vá! Que muito vai se arrepender. Pergunte pro seu orixá. Amor só é bom se doer.
ILHA - E essa africanidade toda rendeu até palavrão. Uma nova forma de xingar os militares da ditadura?
POETA - Te garanto que na Escola Superior de Guerra não tem milico que saiba falar Nagô:
Eu saio da fossa xingando em nagô. Vou lhe rogar uma praga, eu vou é mandar você: Pra tonga da mironga do kabuletê.
ILHA - Em seu período baiano, você fez amizade com uma das mais famosas Ialorixás...
POETA - Ela é a Mãe Menininha do Gantois 
Que Oxum abençoou, Tatamirô!
ILHA - Por encomenda, você e Toquinho fizeram a trilha da novela O bem amado, uma das faixas de maior sucesso foi "Meu pai Oxalá".
Atotô Abaluayê Atotô babá
Atotô Abaluayê Atotô babá
Meu pai Oxalá é o rei Venha me valer
O velho Omulu 
Atotô Abaluayê
ILHA - Voltando à Elis Regina, ela venceu o festival da canção de 1965, música sua e de Edu Lobo, onde, além do primeiro lugar, você ainda faturou o segundo de quebra com Elizeth Cardoso. Vamos recordar uns trechinhos de "Arrastão"?
Ê! Tem jangada no mar Hoje tem arrastão! Todo mundo pescar Olha o arrastão entrando no mar sem fim. Traz Iemanjá pra mim Ê! É a rainha do mar Valha-me meu Nosso Senhor do Bonfim Nunca, jamais se viu tanto peixe assim.
ILHA - Essa onda afro, que começa com Baden em 1962, onde se destaca também "Berimbau"...
Capoeira me mandou Dizer que já chegou para lutar Berimbau me confirmou Vai ter briga de amor Tristeza, camará
ILHA -...se estende quase dez anos depois na sua temporada baiana, com uma nova parceria, para os íntimos o Toco.
POETA - Encontrei novamente um parceiro pra valer, e ele é um jovem paulista de 24 anos, com uma pinta de menestrel medieval conhecido pelo apelido de Toquinho, e simplesmente "janta" o violão.
ILHA - "Tarde em Itapuã", seria dado para o Caymmi musicar. Mas você lhe deu um voto de confiança e rendeu um dos maiores sucessos dessa parceria.
O dia pra vadiar 
Um mar que não tem tamanho
É bom 
Passar uma tarde em Itapuã 
Ao sol que arde em Itapuã 
Ouvindo o mar de Itapuã 
Falar de amor em Itapuã
CARIOCA
ILHA - Belas mulheres sempre inspiram, não é?
POETA - As muito feias que me perdoem 
Mas beleza é fundamental.
ILHA - A menina que passa acabou gerando a mais cantada música brasileira no mundo que é a "Garota de Ipanema". Enquanto a menina passava você acabou tirando parte da letra definitiva num comentário com o Tom. Qual foi o comentário?
POETA - Você notou que quando ela passa o ar fica mais volátil? Eu acho que nem os egípcios, nem o próprio Einstein saberiam explicar por quê.
Olha que coisa mais linda 
Mais cheia de graça 
É ela menina 
Que vem e que passa 
Num doce balanço 
A caminho do mar
Moça do corpo dourado 
Do sol de Ipanema
O seu balançado é mais que um poema 
É a coisa mais linda que eu já vi passar 
(...)
Ah, se ela soubesse 
Que quando ela passa 
O mundo inteirinho se enche de graça 
E fica mais lindo 
Por causa do amor
ILHA - "Carta ao Tom 74" mostra o saudosismo daquela época.
POETA - Rua Nascimento e Silva, 107 Você ensinando pra Elizete As canções de Canção do amor demais (...) Ah, que saudade Ipanema era só felicidade (...)Nossa famosa garota nem sabia A que ponto a cidade turvaria Esse Rio de amor que se perdeu
VINICIUS PARA CRIANÇAS
ILHA - Você lançou um livro de poemas infantis dedicado aos seus filhos. Desde a década de 70 tinha o desejo de musicar esses versos e transformá-los em um álbum. Foram dois álbuns com canções inspiradas em alguns dos poemas e interpretadas por grandes nomes de MPB, delas se destacam: 
"A casa" Era uma casa muito engraçada. Mas era feita com muito esmero, na rua dos bobos, número zero. 
"Aquarela" Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo. Vamos todos numa linda passarela de uma aquarela que um dia enfim, descolorirá. 
"O pato" Lá vem o Pato Pata aqui, pata acolá Lá vem o Pato Para ver o que é que há.
"A arca de Noé" E abre-se a porta da Arca desconjuntada. Colorida maravilha, brilha o arco da aliança. Aos pulos da bicharada toda querendo sair. De par em par: surgem francas, conduzidos por Noé. Do prudente patriarca Ei-los em terra benquista
PAIXÕES
ILHA - O Drummond disse que você havia nascido sob o signo da paixão. Vamos ao ponto: Amor ou Paixão?
POETA - Eu ainda acho que o amor que constrói para a eternidade é o amor paixão, o mais precário, o mais perigoso, certamente o mais doloroso. Esse amor é o único que tem a dimensão do infinito. 
Eu sou um namorador inveterado. 
Eu possa lhe dizer do amor (que tive): 
Que não seja imortal, posto que é chama 
Mas que seja infinito enquanto dure
Labareda 
O teu nome é mulher 
Quando a luz dos olhos meus 
E a luz dos olhos teus 
Resolvem se encontrar 
Ai, que bom que isso é, meu Deus 
Que frio que me dá 
O encontro desse olhar
Eu não ando só 
Só ando em boa companhia 
Com meu violão 
Minha canção e a poesia
Para viver um grande amor
E cada verso meu será Pra te dizer
Que eu sei que vou te amar 
Por toda a minha vida
ILHA - Boemia...
Onde anda a canção 
Que se ouvia na noite 
Dos bares de então
E por falar em paixão 
Em razão de viver 
Você bem que podia me aparecer 
Nesses mesmos lugares 
Na noite, nos bares 
Onde anda você
ILHA - Sua alma boêmia tinha em seus versos sempre a companhia da lua ...
O poeta se deixa em prece 
Ante a beleza da lua.
Vagabunda, patética, indefesa 
Ó minha branca e pequenina lua!
Lua linda! 
Uma volúpia infinda! 
Linda lua!
lua amada 
lua ardente 
tão presente 
Como se fosses minha namorada!
ILHA - Quero lhe apresentar aos nossos poetas da Ilha.
POETA -A bênção, todos os grandes 
Sambistas do Brasil
ILHA - Qual a receita de um bom samba?
POETA - Mas pra fazer um samba com beleza 
É preciso um bocado de tristeza 
Senão, não se faz um samba não 
Fazer samba não é contar piada 
E quem faz samba assim não é de nada 
O bom samba é uma forma de oração 
Porque o samba nasceu lá na Bahia 
E se hoje ele é branco na poesia 
Ele é negro demais no coração 
Ponha um pouco de amor numa cadência 
E vai ver que ninguém no mundo vence 
A beleza que tem um samba, não 
ILHA - E as tantas amizades que você fez?
POETA - A gente não faz amigos, reconhece-os.
ILHA - Seus parceiros?
POETA - Meus principais parceiros, Antonio Carlos Jobim, Carlinhos Lyra e Baden Powell, são pra mim o Pai, o Filho e o Espírito Santo...
ILHA - E o Toquinho?
POETA - Amém.
E há Pixinguinha. Pixinguinha, eu acho que é o próprio Deus em pessoa.
Isso sem falar em Ary Barroso.
Edu lobo e Francis Hime.
ILHA - Você poderia definir qual seu estilo?
POETA - Infelizmente, eu não tenho estilo. Um amigo meu costuma dizer que eu sou muitos. Se fosse um só, não me chamaria Vinicius de Moraes, no plural.
ILHA - E agora o Vinicius showman. Para comemorar seu centenário e a eternidade de suas obras, vamos fazer surgir um grande palco com alguns de seus grandes shows: Boite Au Bon Gourmet, com Tom e João Gilberto; no mesmo local, com Carlos Lyra e Nara Leão, na comédia musical Pobre menina rica; Boite Zum Zum, com Caymmi e quarteto em Cy; Toquinho e Clara Nunes, no teatro Castro Alves, em Salvador; Maria Medalha e Maria Creusa, em Milão; Bethânia e Toquinho, no La Fusa, em Mar Del Plata; com Joyce, em Punta Del Leste; Tom, Toquinho e Miúcha, no Canecão e inúmeros outros...
ILHA - Já que celebrar é alegria de viver, o que é a vida pra você? 
POETA - A vida é arte do encontro 
Embora haja tanto desencontro pela vida 
Quem já passou por essa vida e não viveu 
Pode ser mais, mas sabe menos do que eu
É melhor ser alegre que ser triste 
Alegria é a melhor coisa que existe 
É assim como a luz no coração 
ILHA - Você, um poeta dentro da vida... Ela tem sempre razão?
POETA - Sei lá, sei lá 
Só sei que é preciso paixão 
ILHA - E a morte?
POETA - Eu morro ontem
Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
- Meu tempo é quando.
Quem vai pagar o enterro e as flores 
Se eu me morrer de amores? 
Amigos meus, está chegando a hora Em que a tristeza aproveita pra entrar E todos nós vamos ter que ir embora Pra vida lá fora continuar Prontinha pro show voltar E em novo dia A gente ver novamente A sala se encher de gente Pra gente comemorar
E no entanto é preciso cantar Mais que nunca é preciso cantar É preciso cantar e alegrar a cidade Quem me dera viver pra ver E brincar outros carnavais
A bênção, que eu vou partir 
Eu vou ter que dizer adeus
ILHA - Calma poeta, tenho uma última pergunta:
Um repórter lhe perguntou se você tinha medo da morte. O que respondeu?
POETA - Não, meu filho. Eu não estou com medo da morte. Eu estou é com saudade da vida.
ILHA - Até mais Poeta...te vejo na Ilha.
POETA - Saravá!